Urânio - Contaminação? O que acontece na Bahia? Leia a matéria: | |
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Foi divulgado, nesta terça-feira (4), o resultado das amostras de água colhidas na região da cidade de Caetité, a 757 km de Salvador, onde há suspeita de contaminação do líquido por urânio.
Dos sete poços analisados, um deles apresentou contaminação por urânio acima dos limites permitidos pela resolução do Conama 357/05. Segundo os estudos realizados através de um convênio firmado pelo Governo da Bahia, a água contaminada está em um poço utilizado por cinco famílias do distrito de Juazeiro, no município de Caetité.
Diante desta constatação, os órgãos de meio ambiente e saúde do Governo do Estado decidiram pela suspensão do consumo da água deste poço. Em nota, o Instituto de Gestão das Águas e Clima (INGÁ) afirmou que o governo providenciou, como solução alternativa, o fornecimento de água através de carro-pipa para as famílias que usam o poço onde a água está contaminada.
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Ainda no comunicado, a Superintendência de Vigilância e Proteção da Saúde garantiu a prestação de assistência às vintes pessoas, integrantes das cinco famílias, que utilizam a água.
Este poço não estava dentro da relação dos pontos analisados pela Organização Greenpeace, que divulgou a contaminação por urânio da água de Caetité no dia 16 de outubro.
Na ocasião, o Greenpeace revelou que foram colhidas várias amostras de água utilizada pelas comunidades que vivem na área de influência direta da mina explorada pelas Indústrias Nucleares do Brasil (INB).
Em duas delas, ficou constatado que a água utilizada para consumo humano apresentava contaminação por urânio muito acima dos índices máximos estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Ainda segundo as análises do governo, nos pontos da bacia de acumulação Joaquim Ramiro e no poço de captação de abastecimento do povoado de São Timóteo, foram encontrados traços de urânio insignificantes, em quantidades abaixo do limite de quantificação da metodologia de análise laboratorial e do previsto na resolução Conama 357/05.
Já as análises no poço na localidade de Lourinho (povoado de Juazeiro), na torneira pública (na praça do povoado de Juazeiro), na barragem de Águas Claras e na barragem do povoado de Buracão, não indicaram, preliminarmente, contaminação por urânio.
Segundo o Ingá, ainda não foi possível avaliar o motivo da contaminação em Caetité. Os resultados preliminares não indicam se a contaminação encontrada foi provocada pela atividade de mineração das Indústrias Nucleares do Brasil (INB) ou se é natural, devido à presença do urânio no solo da região. O Governo do Estado garantiu que todos os poços da região serão monitorados constantemente.
Na próxima sexta-feira (7), às 18h, o Ministério Público Federal vai realizar uma audiência pública, em Caetité, para discutir o assunto com os moradores da região.
Algumas notas sobre a extracção de urânio:
Mesmo as maiores jazidas contêm menos de 1% de urânio: uma grande quantidade de rocha tem de ser extraída para se obter quantidades úteis de urânio. Grande parte desta rocha é esmagada em partículas muito finas, quase tão radioactivas como o urânio e que se dispersam facilmente pelo ar. Para se extrair o urânio geralmente são utilizadas grandes quantidades de água, ácido sulfúrico e composto ligante sobre estas partículas. Com a maioria do urânio removido (cerca de 90%), as escórias são armazenadas em escombreiras ou barragens. O nível de radiação destes resíduos pode ser 20 a 100 vezes superior aos níveis naturais dos encontrados nas jazidas superficiais, e têm de ser armazenados por centenas a milhares de anos até atingirem um estado estável. As poeiras radioactivas, os materiais tóxicos e o radão gerados ao longo destes processos e presentes nos resíduos podem dispersar-se facilmente, contaminando pessoas e ecossistemas.
Outro processo de extracção do urânio muito comum é através da injecção na água subterrânea de soluções altamente ácidas ou alcalinas. Este é um processo altamente contaminante, tanto dos lençóis freáticos, do solo e da rocha, mas também gerando resíduos altamente radioactivos e tóxicos.
http://www.infoalternativa.org/ecologia/ecologia063.htm
MANIFESTEM-SE
http://www.greenpeace.org.br/uranio/fazer.php
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