Festas de fraternidade
Na esperança do branco
Alguns esperam fogos coloridos
Outros procurarão escapar dos fogos mortais
Trilhas diversas de caminhantes do mesmo planeta no ano que finda
Muitos vestidos de branco
Outros de vermelho sangue-dor
Verbalizam-se votos de esperança e paz.
Ao longe ecoam urros de dor, medo e aflição.
Dos caídos pelas guerras declaradas
Dos caídos pela dor emudecida
Se decompõe a realidade da guerra e mortos na fumaça festiva dos incautos
Por instantes os povos se abraçam,
na cumplicidade da omissão.
Procuram resgatar alegrias e bênçãos
Pensam serem os eleitos!
Videntes pairam,observam..
O desvario ilusório dos seres que procuram a liberdade já decomposta na essência.
Eles, os videntes, lastimam os de branco,
que ignoram os de luto
Surpreendentemente mais um ano,
Apesar do clima profético,
Não avançaram, retrocederam
Na covardia utópica
Em guerras eternas sem paz
Aguardam badalar suave de sinos
Escutarão tambores da opressão
Ana Maria C. Bruni
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