sábado, 4 de abril de 2009

Revolta da Vacina

 

 

A revolta da vacina já indicava há 100 anos que a crítica miséria brasileira reside tanto na falta de saneamento quanto na de Educação

No início do século 20, durante a chamada república oligárquica brasileira (1894-1930), uma parcela significativa da sociedade do País – ou ao menos de sua elite – ansiava levar ao mundo a imagem de um país tipicamente "ocidentalizado": moderno, branco, liberal e avançado, com todos os benefícios que a suposta civilidade poderia conceder. Esse sonho tropical esbarrava, porém, em uma dura realidade, visível para olhos atentos e palpável para a maioria dos cidadãos brasileiros: o cotidiano dos ex-escravos e imigrantes pobres. À margem da pretensa civilização, essa camada da população era submetida a condições de trabalho subumanas, tanto no campo quanto nas cidades, mergulhada no analfabetismo e morrendo por causa de doenças como febre amarela, peste bubônica, varíola e outras epidemias. Foi nesse contexto que surgiu o sanitarista Oswaldo Cruz (veja o artigo "Desinfetando o Brasil", à pág. 40) e no qual ocorreu o que talvez tenha sido o maior conflito urbano da república brasileira: a revolta da vacina.

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